quinta-feira, 21 de julho de 2011

Agencia da Boa Notícia recebe especialista em estudos das violências para falar a novos jornalistas-cidadãos



Neste dia 21 julho, os novos jornalistas-cidadãos da Agência da Boa Notícia Guajuviras (ABNG) receberam a visita da advogada Letícia Lemos da Silva, que é especialista em Direito Criminal. Letícia veio a convite da professora Renata Moura, do Núcleo de Estudos Afrodescendentes (Neabi), da Unisinos, e falou sobre os diversos tipos de violências sofridas pelos jovens. A advogada de 32 anos, com nove anos de experiência em entidades que trabalham a discriminação racial, é militante dos movimentos sociais ligados à questões afrodescendentes. A entrevista do dia realizada pelos jornalistas-cidadãos revela que a advogada teve a primeira experiência de trabalho com jovens atendendo causas de violência sexual e, por isso, buscou se especializar fazendo curso nos Estados Unidos, além de trabalhar em projetos com parceria com a Organização das Nações Unidas (ONU). “Não era fácil chegar e falar com os jovens depois de terem sido abusados. Por isso, decidi me especializar ainda mais profundamente”, relata. A aula na ABNG, na oficina da professora de Direitos Humanos, teve como principal objetivo mostrar fundamentalmente que nenhum tipo de violência pode ser considerado normal. Refletir sobre situações de violência ou agressões cotidianas, em geral consideradas “normais”, foi um dos recursos usados por Letícia para dialogar com os participantes da oficina. Audiovisuais, novelas e programas veiculados na Mídia também serviram para exemplificar o tratamento dado a essas questões, quase sempre consideradas de “menor importância”. “A importância dada aos fatos depende do receptor, de sua classe social”, nota a professora. A atenção dos jovens e a interatividade com a professora deram o tom da aula. Confira algumas respostas da Dra. Letícia Lemos da Silva aos jornalistas-cidadãos.

Porque a senhora enfatiza a questão das violências em aula?

- Por que eu quero que os jovens entendam os conceitos e os muitos tipos de violências e, principalmente, entendeam as formas de combatê-las.

A senhora acha que os jovens dão importância para as violências no seu dia-a-dia?

- Todo mundo percebe nem que seja minimamente qualquer tipo de violência. O que está em jogo é a exposição a essas violências. Não me surpreendo com a sabedoria dos jovens, nem com sua sensibilidade. Todo mundo sente a violência, seja qual for a sua forma. Fico surpresa é em ver como os adultos tratam desse tema. Nossa aula aqui tem interesse no momento em que é muito importante perceber as formas de violências e os discursos que rondam o contexto juvenil. O cuidado com os discursos que andam por aí, especialmente na grande mídia, faz com que seja necessário um novo olhar sobre os fenômenos. Não basta ver. Temos que ter um olhar crítico sobre as coisas e não nos deixar ser influenciados.

Colaborou: Mateus Gaudêncio
Matéria: Mateus Gaudêncio, jornalista-cidadão da ABNG.

ABNG - Agência da Boa Notícia Guajuviras.

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